quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

É próspero realizarmos uma retrospectiva na história para entendermos mais adequadamente de onde surge e porque existe o preconceito linguístico.

   Antes de 1500, o Brasil era uma terra de vários donos, de muitas tribos, de diferenciados dialetos. A chegada do homem branco, em 1500, e a consequente colonização, escravidão, imigração de povos, a terra tupiniquim acabou adotando uma língua própria, o português, ou “brasilês”.
 Para ser formado o idioma português, foram necessários a influencia de nove famílias lingüísticas: latim, indo-européia, itálica, românica, românica-ocidental, galo-ibérica, ibero-românica, ibero-ocidental, galaico-portuguesa.
   No Brasil, o tupi (mas precisamente o tupinambá, uma língua do litoral brasileiro) foi usado como língua geral na colônia ao lado do idioma português. Com o processo de escravidão no país a língua falada na colônia recebeu uma nova roupagem. A influencia africana no Brasil veio com o Iorubá, falado por negros vindos da Nigéria e do Quimbundo angolano. No século XIX imigrantes europeus chegaram ao país e proporcionaram novas contribuições no idioma. Franceses, italianos, alemães, espanhóis e japoneses fizeram com que o regionalismo e a diversidade nas pronuncias se aflorasse.
   A priori, a língua falada no Brasil é denominada de Língua Portuguesa, oriunda dos colonizadores portugueses. Porém, o período de colonização do Brasil propiciou a vinda de povos de terras distantes, culturas diferentes fazendo assim uma sincronia de dialetos com o idioma dos colonizadores e dos povos aqui antes encontrados, os índios.
É importante salientar as diversas pronúncias,  o fonetismo, da Língua Portuguesa do Brasil, nas diversas regiões do país. Isso gera uma polêmica sobre quem realmente fala o português corretamente. Essa polêmica gera um preconceito denominado, preconceito linguístico.
Desse modo, por termos uma língua extremamente complexa, com inúmeros dialetos advindos de culturas variadas, cada território, ou melhor região do nosso estado brasileiro têm pronúncias, gírias diferenciadas. 
   Assim, podemos dizer que o Brasil é multifacetado em sua linguagem rica e exoberante. Se compararmos as regiãos do nosso país, perceberemos como é a distinto o modo de falar. Contudo a gramática tem de ser igual para todo o nosso território brasileiro.
   As pessoas do Rio de Janeiro, por exemplo, ao pronunciar a consonte “s” em palavras como posto, casta, história libera o som da consoante “x” (fala-se poxto, caxta, hixtoria). O português do Maranhão é falado semelhante ao de Portugal. Os paulistanos e mineiros falam com bastante afinco o som da consoante “r”. Essas variações do português leva a uma discussão, provocação em qual lugar melhor se fala melhor o português. E isso gera o “Preconceito Linguístico”. Mas o que é preconceito linguístico?
  "Preconceito linguístico é uma forma de preconceito a determinadas variedades linguísticas.” (Wikipédia, a enciclopédia livre, pt.wikipedia.org)
   O preconceito lingüístico é visto com vigor quando uma pessoa diz uma palavra que foge da gramática normativa da língua portuguesa e imediatamente é corrigida de acordo com essa gramática. O que é correto, vassoura ou bassoura?. Depende do contexto, da regionalização vivido, etc.
  Para alguns linguistas, os chamados erros gramaticais não existem nas línguas naturais, salvo por patologias de ordem cognitiva. Ainda assim, segundo os linguistas que são favoráveis a tese do preconceito linguístico, a noção correta imposta pelo ensino tradicional da gramática normativa origina um preconceito contra as variedades na padrão.
   Quem primeiro apresentou uma visão libertária do marxismo foi o sociólogo Nildo Viana, um dos brasileiros mais influentes com relação à epistemologia. Para Viana a linguagem é um fenômeno social e está ligada ao processo de dominação, tal como, o sistema escolar, que é a fonte da “dominação linguística”.
   “A ligação indissolúvel entre linguagem, escrita e educação com os processos de dominação, é a parte de preconceito linguístico, pois a língua escrita veiculada pela escola se torna a língua padrão, e esta, a norma geral que todos devem seguir, mas o seu modelo se encontra entre os setores privilegiados e dominantes da sociedade.” (Viana, Nildo; Educação, linguagem e preconceito lingüístico Wikipedia, a enciclopédia livre; pt.wikipedia.org).  
  O fato é que o preconceito linguístico existe. Alguns defendem a manutenção do português padrão, da gramática normativa como a única forma correta de se usar o português; outros acreditam que o português do Brasil é somente diferente e que se deve considerar as variantes como uma forma correta também de se usar o português. Contudo, apesar de termos uma linguagem diferente entre as várias regiões do Brasil, este preconceito sujo e desprovido de autenticidade deve ser deixado de lado. O que deve ocorrer é um respeito mútuo pelas outras regiões, pelos diferentes modos de comunicar-mos, de falarmos e ainda aplaudir essa miscigenação de cultura, que é muito vasta e rica, porque em um todo, somos privilegiados em termos uma língua capaz de atender a todos em seu contexto e que diferentes ou não, o nosso português é único, vez que a gramática é igual para todo o território brasileiro. Este é o português do Brasil, com suas diferentes etnias.

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